sábado, 29 de março de 2008

Toca logo, telefone

É tarde de sábado e minha alma está tão, mas tão ansiosa que não consigo raciocinar.

Esse silêncio meia boca (que a marretada de algum vizinho arrumando a parede quebra a cada dois segundos) me deixa um tanto mais aflita, de pernas moles.

A casa é um sossego e todos estão dormindo. Anos atrás, com dez pessoas aqui dentro, era bem diferente.

Hoje nem o vira lata da rua quer latir.

Esse marasmo lança meu coração pela garganta.

E só me resta esperar...

sábado, 22 de março de 2008

Alice e o coelho branco

Dessa vez ela não foi (muito) curiosa e ficou parada quando o coelho branco passou...

...


O jardim estava especialmente bonito. Tão bonito que ele se calou. Uma fonte iluminada no centro, balde na mesa, flores por todos os lados, a casa da fada na entrada, estrelas nos cantos, o quadro-planta que ilumina; até os insetos gigantes gostaram do aconchego e saíram dos buracos para o tronco das árvores, querendo aproveitar também.

Ficava à trinta metros a cidade, só trinta, mas ela esqueceu do movimento e do barulho. Sequer sentiu as quatro horas.

Talvez ela tenha olhado de uma forma diferente, mas dessa vez não viu nenhum relógio no bolso dele.
Só notou um nos olhos, desses que contam os segundos para algo grande acontecer.

quarta-feira, 12 de março de 2008

TAPIOCA

O primeiro problema de tentar fazer a tal da tapioca sem nunca ter experimentado, foi que eu não sabia exatamente como ela deveria ficar. Algo branco, em forma de meia-lua e gostoso: eis a missão.


Escolhi a tigela de cereal (um tanto pequena...boa parte da cozinha esbranquiçou).


Pacote aberto (meio quilo de uma farinha branca que estimulou a criatividade das meninas de casa), dúvida número um: "Quanto ponho?". Sem ninguém para me auxiliar com a sessão "tapioca-da-meia-noite", foi no chute... o bastante para forrar toda a frigideira. Bem, o rapaz que me vendeu disse que eu precisaria molhar um pouco. Mais uma vez... "quanto?"


Água na tigela.


Mistura,


mistura,


"será que vai manteiga?",


mistura,


mistura...


Meleca uniforme, coloquei na frigideira com bastaaaaante manteiga (independente dos efeitos que isso causaria, preferi não arriscar a possibilidade de passar boa parte da madrugada desgrudando sujeira de panela).


O que deveria virar quase uma omelete (imagino), precisou de uns bons apertões para sair do estado farofa-estranha. Amarela de um lado, branca do outro, "ah, faz de conta que eu gosto assim", hora do recheio. Queijo e orégano (melhor controlar o impulso criativo na primeira vez).

Acho que, no final das contas, o resultado não foi tão catastrófico. Talvez não tão branca ou arredondada como eu vejo por aí, mas com o gosto muito bom!


segunda-feira, 10 de março de 2008

Vez ou outra remexo as fotos ou procuro alguma entrelinha nos contos.
Algo para mim, assim, só para mim, escondido entre palavras sem muito sentido. Uma brincadeira íntima, coisa de dois, um apego, coisa nossa.
Mas não havia nada nosso.
Pena.

"Me deixa louco por saber que não estou onde há pouco eu reinava..." (Ludov)

sábado, 8 de março de 2008

Diário de Bordo # 01 - FORTALEZA

É assim, entre uma faxina no guarda-roupa e um estalo-telefonema, que o "diário de bordo" começa:

Se existe um canto nesse país onde eu moraria fácil, fácil, é Fortaleza!

Eita terra boa, não canso de dizer.

Já começa no avião, quando o Seu Silvio (com seu bigode de portuga) embarca. O homem corre, abaixa, levanta, faz tudo que tem que fazer do jeito mais cearense-simpatia!

Depois tem AQUELE SOL.
Certo que "aquele" Sol é o mesmo que esse, mas parece que é tão mais contente, mais gostoso! Muito justo o Ceará ser chamado de "Terra da Luz" (e eu, no lugar do autor, acrescentaria "E DE UM PUTA CALOR" ao nome).

Também gosto bastante da feirinha da beira-mar. Sempre dou um jeito de passar por lá, mesmo que só para passear, tomar sorvete, suco ou comprar qualquer coisa. Bacana que no caminho tem umas ondas que cospem em gente chata (mentira! Só quebram nas pedras e molham um pouco) e as moças que vendem cana. Isso! CANA-DE-AÇÚCAR vendida na RUA, onde mais tem? É muito (mas muuuuuuito) bom! O pessoal faz uma espécie de ramalhete de cana: várias rodelinhas espetadas na própria casca, do tamanho da mordida. Perfeito!

E tem também (a cada 20 passos) a tal da tapioca...

...que eu nunca provei.
Depois de mais de um ano indo ao Nordeste todo mês, é até vergonhoso escrever isso, mas é verdade! Nunca comi tapioca. Já tive chances, mas nunca arrisquei.

Até hoje!

Adivinha só se eu não comprei (por R$ 2,00) meio quilo de uma farinha que (o moço garantiu) não precisa de nada além de uma leve umidecida para ir para a frigideira?

E vai ser de queijo!

quinta-feira, 6 de março de 2008

Zoológico

Muito certo que zoológico combina com criança e gritaria. Mas digo: ir ao ZOO numa quarta feira, com só meia dúzia de visitantes, enquanto o resto do mundo trabalha é tão mais legal (hehehe!).


Diferente, ao meu ver, as girafinhas ainda sem nome.


Igual e muito bacana, por sinal, o tigre branco, o punhado de urubus gorando a leoa, o mico-leão dourado, o elefante (sabe teletransporte, só pode!), o suricato, a pomba da mira precisa, o supercroc, o tucano (aaaaaah, o tucano!), a casa assombrada das cobras gigantes...


Tudo isso com direito a acompanhar a cantoria das vovós (e os três vovôs, claro) do Coral Cristal, de São Bernardo do Campo, e descobrir o Juco de Anacardo.


Folga curtida!


PS: Abelhas também poderiam folgar às quartas.
PPS: O tigre eu não sei, mas o lobo europeu, na Europa....
*Foto by Dedé.