quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Desejo de uma sexta-feira

Um estaciona o carro de qualquer jeito, o outro se esconde atrás da pilha de pastas. O terceiro não tira o jaleco branco nem para almoçar e a última esqueçe até o que estava dizendo.

Distância minha, estrada nossa.

Seja lá o que for isso que todos chamam de correria, tem sufocado por vias indiretas e ninguém está percebendo. Logo, logo está tão longe e enfumaçado que nem adianta gritar.

Estranho muito.

sábado, 2 de agosto de 2008

Tudo ficou bem pequeno, abafado pelo tamanho do sofrimento. Ridículo, mas não há nada a fazer.

Então ficamos aqui: a mesa e eu, pensando no quanto é bom tê-los por perto.

Lápis azul, lápis vermelho

Se eu fosse contar a história da menina-esquecida e do menino-de-pelo diria que se conheceram no céu, onde tudo é possível. Nesse mesmo dia perderam a noção do tempo (se é que no céu se preocupam com coisas assim) e ficaram por lá até cansar.

Mas a saudade (dessas que a gente sente de alguém que mal conhece) foi tão, mas tão enorme, que no outro dia já estavam juntos de novo, mas dessa vez no chão, caminhando até cansar pelas ruas do Sebastião-do-coco (e olha que o menino estava com o dedão estragado e tudo).

Se eu fosse contar essa história, diria que a menina-esquecida gostou disso e quis para sempre, mas o menino não. Não sabia o pobrezinho o que era querer para sempre. Por isso era o menino-de-pelo: ao invés de coração, tinha uma bolota peluda chiando no peito.

Mal sabe ele o quanto a menina ficou feliz no dia em que soube que a bolota havia começado a bater.

Mal sabe ele...



* acabou que o menino se esqueceu e a menina criou pelo no coração. Mundo engraçado...